sexta-feira, 1 de julho de 2016
A identidade da Igreja
Estimados associados do Apostolado da Oração, somos Igreja, membros do Povo de Deus convocados a testemunharmos o Reino da Vida e do Amor. A Igreja existe para evangelizar, como diz o papa Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi n. 14: “Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar, ou seja, para pregar, ensinar e ser canal do dom da graça”. Jesus é enviando pelo Pai e envia os seus discípulos para continuarem a Sua obra: anunciar a salvação e a libertação. “Então Jesus aproximou-se deles e falou: “Todo poder foi me dado no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,18-20). Os apóstolos vivenciaram este mandato na sua radicalidade evangélica. Como diz Paulo: “Anunciar o evangelho não é título de glória para mim; é, antes, necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho” (1Cor 9,16). Não tiveram medo de enfrentar os desafios que foram muitos e grandes, mas revestidos com a couraça da fé tiveram a força divina em seu peregrinar sobre a terra: “No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo” (Jo 16,33).
Nossas dificuldades e desafios no mundo de hoje são grandes, não maiores ou menores do que dos discípulos, mas diferentes. A urgência é a mesma, a presença do Espírito Santo é a mesma e a fé precisa ser a mesma, para não desanimarmos.
Vivemos no mundo, mas não somos do mundo. Estamos em todos os ambientes para darmos um testemunho positivo de Jesus Cristo. É fácil ser cristão no meio de cristãos, dentro da comunidade. Mas precisamos ser coerentes em todos os ambientes e com todas as pessoas. Muitas vezes precisamos remar contra a corrente. Sendo sinais do Reino. Isto vai exigir de nós um testemunho que chegue até o sangue, mas este sangue é fecundo, como diz Tertuliano “O sangue dos mártires é semente de novos cristãos”. Devemos evangelizar pelo exemplo de uma vida santa.
Somos enviados para sermos sacramentos do Reino de Deus. Mas nos deparamos com nossas fragilidades humanas, falta de fé e desânimo. Pois muitas vezes tem-se a impressão de um trabalho infrutífero. Precisamos nos lembrar de São Paulo que nos diz: “Eu plantei; Apolo regou, mas é Deus quem faz crescer”(1Cor 3,6). Muitas vezes não iremos ver o fruto de nosso trabalho, mas a fé e a abertura ao Espírito Santo nos garantem que o testemunho semeado nos corações florescerá de uma forma ou de outra.
Somos Igreja quando atualizamos o agir de Jesus Cristo em nós. Diz o Papa Francisco: “A arquitrave que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua ação pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo (...). A Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa. A Esposa de Cristo assume o comportamento do Filho de Deus, que vai ao encontro de todos sem excluir ninguém (...). Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos – em suma, onde houver cristãos –, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia.
Jesus manso e humilde de coração,fazei o nosso coração semelhante ao vosso. Amém.
Pe. Osmair José Prestes
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